São os pormenores, os pormenores de cada curva, de cada traço, de cada ponto, de cada vírgula, de cada acento; são eles que distinguem a perfeição da imperfeição. São esses pormenores que formam a letra, a mais pequena e singela letra que pode significar muito, que pode arrancar o mais sincero sorriso.
São essas letras que formam sílabas, as mais simples e o seu significado pode ser tão longo. A junção de duas ou três letras pode provocar muito. São essas sílabas que formam as palavras.
São essas palavras que formam frases, aquelas que marcam uma amizade, um amor, uma aproximação, aquelas que nos deixam corados quando ditas, aquelas que podemos não saber de cor, mas quando ditas sabemos sempre decifrá-las. São aquelas frases marcantes que provocam sempre um arrepio no coração, pode ser a mais simples, mas ao mesmo tempo pode ser a que significa mais para nós.
São essas frases que formam os parágrafos, aqueles que por vezes nos fazem chorar ou rir, aqueles que quando abrimos a caixinha das recordações eles estão lá, recordados, imperfeitos ou perfeitos, mas sempre marcantes, aqueles que significam sempre, mesmo que tenham sido escritos por uma pessoa que não foi das mais importantes.
São esses parágrafos que formam os textos, uns mais pequenos, outros maiores, uns construídos com as palavras mais raras e “caras”, mais bonitas e decoradas, com mais cor ou com o preto, são os textos guardados, são cartas, são conversas, são desabafos, tudo escondido entre as mais certas linhas. Linhas essas que tenho a certeza que nunca contarão a ninguém o que lá está escrito; são as contadoras de segredos, são aquelas com quem podemos contar sempre, aquelas que nunca nos vão fugir, aquelas que podemos invadir com uma lágrima, com um amasso, com um gesto de passar a mão, são elas que nos permitem comunicar quando a coragem de falar é pouca.
São esses textos reduzidos, longos que vão construir uma folha decorada, decorada de letras e essas letras que formam as palavras, as sílabas, as frases, os parágrafos, os textos que vão passar a mensagem, vão dar uma lição, vão mudar um sentimento, vão transmitir um sentimento se o que foi escrito foi sincero, foi sentido.
Escrever não é qualquer coisa como um passatempo. Escrever é ensinar. Escrever é desabafar. Escrever é transmitir, é comunicar. É a maneira de demonstrar o que o coração não consegue mostrar oralmente! Escrever é mais que pegar numa caneta e aperfeiçoar a letra com a tinta. Escrever não é só decorar a frase com duas, três ou mais cores. Escrever não é bonito pela beleza física da escrita. Escrever é sentir cada letra, cada palavra. Escrever é transmitir a sinceridade, é dar a mostrar o que vai no coração.
A escrita não é bonita por ter cor física, é bonita sim, por ser perfeita no seu sentido, por ser sincera, por ser interior. Escrever é mais que desenhar a letra. Escrever para as pessoas mais importantes da minha vida é mais que o traçar de um pedaço de tinta da caneta mais colorida…
Escrever é o saltar dos sonhos. Escrever é dizer a frase mais sincera e nunca a falsa. Escrever não é só uma e outra palavra é uma reflexão.